segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Um idiota com saudades.


Quando disser que te amo
não leve tão a sério,
é só desespero.

Quando te abraçar
por favor não chore,
é só frio.

Quando te beijar
jamais feche os olhos,
é pura pose.

Quando te encher de elogios
não ache ser grande coisa,
são só palavras.

Quanto ler essas linhas
nem se importe,
são só sentimentos.

Quando sentir algo verdadeiro
nem me fale,
sou só um bêbado.

Quando achar que essas são palavras cruéis
apenas me bata,
sou só um idiota com saudades.

Cada qual com seu igual

"Cada qual com seu igual." 
Escrevi no parapeito do décimo oitavo andar.
anos após perceber a quanto tempo estou aqui a imaginar minha própria queda
e livrando do precipício todos os demais suicidas que por alguma razão devem achar minha companhia agradável no momento em que querem pular,
logo do meu andar...
logo do meu lado...
Bebemos,
talvez por isso,
vivemos.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Marxista mal iluminado.


Meia Lua.
Meia luz,
Meio aborrecido.

Um beiral deliciosamente suicida.
Corvos repousam nos fios, 
esperam pelo inevitável.

Marxistas observam seu juízo ir embora com sua insistência.
Marxistas debruçados sobre um beiral.

Uma,
duas,
três garrafas vazias.
Porca vaca, 
logo, porcos bêbados.

Sentia-se como que abraçado
por mais que haja distância segura entre corpos,
por mais que houvesse um olhar pouco mais distante do que se pode enxergar,
por mais que desejasse muito seu abraço.

-Marxistas cercados por idiotas-
repetia para si próprio,
ao passo que distinguia qual era o cheiro do cigarro e qual era o cheiro de seus lábios.

O que meus olhos fazem com seu corpo
é errado de tantas formas sujas (por sua vez humanas)
que mal consigo conceber tamanho desejo.

Um beiral mal iluminado,
profundos e doces beijos de todos os modos possíveis
diretamente nesse ego Marxista.

Um beiral mal iluminado
uma Marxista bem iluminada...
um desejo...
mal iluminado.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Malmequer do campo.


No coração da mocidade
transformei em jardim minha cidade.

Reservei ali um canto
plantei meu malmequer do campo.

Olha isso meu deuzinho, que ironia!
Não é que meu malmequer não me queria?

De versinho em versinho, fiz canção.
Até conseguir desse malmequer toda atenção.

Pudera criar-te com tanto amor.
Malmequer querida chega de sentir tanta dor.

Quisera eu plantar malmequer,
contento-me hoje em desejar-te mulher.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Passarinho, passarão.


Passarinhos passarão.

Tudo passará!
Arara passarinho, Arara passará!

Amor passarinho
Tucano passarão é amor que ficará! 

Saudades passarinha,
Beija-flor curará!

De leve e de mansinho,
Passarinho cantará!

Meu primeiro emprego "de gente", ou do dia em que experimentei sapatos.

 
 No cruzamento da Paulista com a Augusta, Pierrot viu o Sol verde transmutar-se em amarelo, que em segundos tornou-se em vermelho vivo. Foi dada a largada! Trista segundos decidem qual será seu futuro. 
.
  Puxou do bolso seu melhor sorriso, estufou o peito e bradou - Xenhoras e Xenhores! -. Uma bolinha para o ar, duas bolinhas para deus, três bolinhas para o diabo, agora força na peruca e la se vão como nuvens no firmamento, cuidado agora na volta e... Na testa! Mira perfeita! Uma, duas estrelas cadentes na faixa de pedestre, um gatinho para completar - MIAU! -. Rápido rapaz! Toca uma canção! -Besame, besame mucho! Como se fuera esta noche, la ultima vez! -. Perfeito! Seu fantástico show foi dado em vinte e cinco segundos, ainda lhe sobraram cinco preciosos segundos para a arrecadação! - Muito bonito mossu, mas não vai dar hoje não viu?; haha, que palhacinho bonitinho, desculpa, ta meu anjo?; Mas porquê você não vai fazer festinhas de crianças? Você podia ser até o novo Patati, ja pensou? -
  
  De vermelho, novamente transmutou-se em verde, sem passar pelo amarelo dessa vez. Saldo do dia? Bom... Acho que vou lustrar meus sapatos e voltar para dentro do prédio.

  Espairecer, desandar, mandar o mundo a meretriz que os progenitou, ainda é, sempre foi e sempre será a melhor resposta. 

Vencemos?


Vencemos!
Vencemos, homens, vencemos!
Homens, vencemos, homens!
Vencemos homens, vencemos!
Homens!
Homens!
Vencemos homens...
Vencemos?

O grande palmito dourado, finalmente é nosso!