sábado, 29 de junho de 2013

Putinha V


"Não sou mulher pra ser esposinha de homem nenhum!"
Com sua fala forte
foi-se embora de perto do seu consorte.

"Quanto orgulho,
vai te levar a um monte de entulho"
Dizia, um outrem
a essa hora não importa quem.

Enquanto tentava entender o que se passava
o Bordel da Boa Esperança funcionava.

Tirou sua aliança e sorriu orgulhosa de seu preconceituoso ato
não se importou em machucar os joelhos andando de quatro.
Sua coleira parecia lustrosa,
combinava com seu quarto.

"Não sou mulher para ser esposinha de homem nenhum!"
Fechando um acordo incomum,
seria troféu de um canalha ébrio de rum.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Chorinho em dois tempos.


De volta a vida,
minha querida
pequena perdida
minha razão
pré estabelecida,
novamente querida.

Teu cheiro no edredom
lençol, girassol
poesia em clave de sol.
Inspiração de ti em mim
Em breve
aroma por toda a casa.

Quinhentos dias longe de sua pessoa.
Quinhentos dias gastos à toa
enjoa,
enoja,
entristece
nem que quisesse
faria algo que preste.

Passa o tempo...
vazio feito ameaça em plena fuga
covarde como soco em criança
IMPERDOÁVEL
como o estupro em teu ventre.

Novamente se deixa ir, vazia
vi suas costas,
não se despedia
não queria
jamais iria
pedia...

Eis minha mão. Segura?
Perdoa minha ação impura?
Não percebe que sou só sua?

Vai embora e solta minha mão,
deixa aqui só água e pão.
Viver ao seu lado?
mentira recheada de solidão.





Nunca mais vai mentir para mim.
Adeus.

Só há mar. Só amar.


Queria que soubesse
sem que te dissesse
antes houvesse descoberto.

Nessa terra seca
só amar
só há mar.

A lágrima que lamenta sua ausência
só amar,
amar essa pequena chorona
há mar imenso de distância.

Teu olho que umedece
teu intimo amolece.
Por trás da minha recusa
só amar
só amar.

Nem gosto do mar.
Prefiro a terra seca
a chuva marota que deixa o céu blues,
mas meu mundo insiste que só amar.
Em Amares, que vem para o bem.
Só amar.

domingo, 2 de junho de 2013

Sexo Verbal. Sacanagem não é o que fazemos na cama mas o que fazem com a gente.


O espetáculo é uma festa feita para o amor. Uma ex-prostituta é a anfitriã. Atores e público são os convidados. Os desejos e frustrações pairam acima de todos os personagens do espetáculo: o pseudo modernismo de uma mulher romântica, a falsa moral e a religião esbarrando nos desejos de um bissexual, o conservadorismo de um homossexual, a ingenuidade roubada de um jovem artista, num velho freguês a prostituta procura seu pai. Os desejos e segredos dos personagens são divididos em conversa direta com o público, ou ao pé do ouvido de um ou outro espectador, ou em um pensamento que escapa da mente do personagem, ou aos gritos, como num quadro de Munch.

SEXO VERBAL volta-se para o universo da sexualidade humana, estudando o discurso sexual, apoiando-se num saber narrativo que pressupõe palavras, imagens, rituais, fantasias, culto de todas as formas de expressão corporal. O universo literário de autores como Caio Fernando Abreu, Rodrigo Levino, Marcelino Freire, Hilda Hilst, Paula Taitelbaum, Tati Bernardi, Hilda Hilst, Adelaide Carraro, foi pesquisado - sob orientação de Marcus Aurélius Pimenta – para a criação do espetáculo.

Dramaturgia e Direção – Aurea Karpor
Elenco – Aurea Karpor, Leandro Caldarelli, Mariana Galeno, Rhafael de Oliveira, Rodrigo Costrov e Victor Poeta.

Figurinos – Victor Poeta

Cenário, Iluminação e Músicas - ProjetoBaZar

Orientação inicial de Pesquisa Literária: Marcus Aurélius Pimenta

Registro: Mariana Galeno e Leandro Caldarelli

Divulgação: Márcia Marques