quinta-feira, 26 de setembro de 2013

De oito meses.


Sempre tarde.
Nasci de oito meses,
atrasado obviamente.

Se houvesse chego um pouco mais cedo
ou um pouco mais bonito.
Provavelmente as coisas teriam tomado
um rumo mais agradável.

Eis um decoroso dom:
estar no lugar certo
mas na hora errada.
Canalhas desprovidos de toda a virtude
ironicamente sabem exatamente onde estar,
mesmo que seja o local onde não se faz necessário.
Desconfio que são convidados pela pessoa certa
a fazer a coisa errada.

Podem não ter nascido mais cedo
mas nasceram mais bonitos
no fim, isso prova-se sempre mais vantajoso. 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Putinha VIII


Do lado de fora
chovia...
Parece que fiz uma deusa chorar.

Com justiça, suas lágrimas molham-me dos pés a cabeça.
Lágrima doce.

Enquanto isso,
o Bordel da Boa Esperança
funcionava a pleno vapor.

-Você parece triste, cowboy.
Essa marca de lágrima seca
fica bem evidente em seu rosto.
Lágrima salgada.-

-Você é quem parece triste, meretriz.
Essa marca de esperma seco
fica bem evidente em seu rosto.
Esperma ácido.-

Chovia e o cavalgava.
Como a boa Putinha que é:
Chorava, chorava e chorava.

sábado, 21 de setembro de 2013

Sweet dreams.

Merda de susto! Não fazia ideia o que significava ou qual era a função a essa altura da vida, mas acabei de ter um sonho agradável com você. Não... Não foi um sonho bom... Foi apenas um pesadelo doce. Apenas a sensação boa em sonhos contrastando com quão amarga vem a ser a realidade. Não foi um sonho, foi uma peça bem pregada e arquitetada entre o inconsciente e a realidade. Meus pesadelos estão de parabéns, finalmente conseguiram um modo de me assombrar mesmo acordado.
E o que mais eu poderia ter feito?

-Poderia calar essa boca e fazer o que te vem a cabeça.-
Não é preciso responder.

É. Talvez tudo esteja em seu devido lugar.

Curiosidade a respeito da infancia

Quando tinha algo como dois anos de idade
tentei ingerir veneno de rato.
Mal sabia naquele tempo
o que estava por vir.

Medo de como sempre acerto
mesmo com anos de antecedência.

Saudades de minha coragem


Minha incapacidade de arrancar fios de cabelo e barba por não suportar a dor aguda que se proporciona é a única trava de segurança que me impede de tomar medidas drásticas para acabar com tudo de vez. Acho que um tiro deve doer feito arrancar um fio de barba, direto, reto mas logo passa. Basta puxar o gatilho.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

KM 9

Amo me perder!

Encontro cada coisa no meio do caminho.
Mesmo sabendo que tenho de as abandonar no fim do dia, 
está tudo bem! 

Pudemos viver isso por um momento e demos tudo de si,
creio que cinco minutos de tudo valem mais do que muitos anos de nada.

E é por isso que continuo me perdendo,
marinheiro sem bussola,
Pierrot sem máscara,
depressivo insaciável sem remédios,
e principalmente apenas mais um metido a poeta sequer tendo uma musa.

Não uma musa,
apenas todas elas!
Minhas preciosas musas de beira de estrada.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Arrotando caviar.



Colocou todos os pretendentes na friendzone
pisou com salto agulha em suas intenções e corações
esperou o colossal pinto de ouro gotejando chocolate
estacionar o Mercedes em sua porta.

Morreu virgem,
sozinha, sem prole, sem orgulho
chorando no canto de um barraco improvisado
com seu salto agulha enfiado em seu cu.
Cerveja amarga na hora do café
Um conhaque 12 anos no almoço
E uma moça de meia idade no jantar.

Não é à toa que ando inspirado.

Não quero incomodar.

(...) Tenho para ti duas ou três palavras,
mas parece que já não é mais algo em que deva me meter,
provavelmente nem nunca foi problema meu
mas gosto de fazer coisas erradas, 
então foi bom ter o feito quando não devia.

Mas não mais agora,
não mais.

Não quero incomodar 
com palavras que te afetam
e só eu sei dizer.(...)

domingo, 8 de setembro de 2013

"Garçom, traga duas cervejas escuras e um buquê de rosas.

Rosas?

Presentes para o fígado e para o coração."

sábado, 7 de setembro de 2013

Então renasça!


Saia da concha
musa Afrodite!
Saia da concha e me inspire!

Como bom Boticcelli
arranquei-te as roupas
a vergonha
e um beijo.

Pincelo tuas curvas com paixão
mancho a tela,
mancho as roupas, mancho o teto
e porque não, manchar a ti?

Renasça,
Deusa renascentista!

Renasça!
Seja musa do artista!

Sobre mulheres fortes.


Mulheres fortes
nos braços de homens fracos
com mãos fortes.

Nunca vou entender
essas relações tão desequilibradas.

Digo,
não faz o menor sentido!
Mulheres com "quê" de rainha
dando:
mãos;
corações;
tempo; atenção e prazer
para moços cheios de uma beleza
 tão vazia
que transforma a virtude
em mera ofensa cretina.

Quando mais jovem
achei tratar-se de controle sobre o espécime mais fraco (no caso, menos sábio)
Eis que envelheci
constatei tratar-se de bons puxões de cabelo,
tapas estalados na bunda
e doses de impropérios terminados em:
"Você gosta, não é? Sua vagabunda!"

Apaguem as luzes, não consigo ouvir nada!


Ruídos, ruídos, ruídos!

Ser paulistano é conviver um pouco com isso, não é?

Por isso percebi que silêncio mesmo só se tem na madrugada do meio da semana no subúrbio
e dentro da paz interna no olhar para si mesmo.

Por isso que o melhor da vida
se faz de madrugada e com as luzes apagadas.

O mal da geração.

"Você sofre do mal da sua geração, a tal da depressão.

Pensei - Depressão é apenas a cereja no bolo de um monte de crimes que você choraria apenas de imaginar.

Disse - Deve ser mesmo."

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Coma Berenices


Abaixei, abaixei e abaixei a cabeça em meio a cabeleiras de moças de diversos nomes, 
levantei meus olhos durante um abraço desses
e meus olhos foram levados as estrelas da nuca de uma moça grega
era a Cabeleira de Berenice me acariciando a visão.

Quem diria,
tanto tempo e saliva gastos procurando
uma Berenice dessas 
me seduzindo com seu rabo de cavalo a tanto tempo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cinquenta tons de falta de rola ou O amor é um cão e ninguém te ama.


Acho interessante o tipo de encontro que São Paulo consegue fomentar...

Estava no (in)eficiente metrô
lendo uma velha obra, 
do velho Buk,
um velho poema qualquer.

Uma bela moça
aparentemente oito anos mais velha que eu
senta-se a minha frente.

Esbarramos pernas,
nos olhamos.
Impossível dois pares de olhos desconhecidos se segurarem por tanto tempo.

Meus olhos castanhos se dirigiram a um livro em suas mãos
"Cinquenta tons de cinza"
Seus olhos de cor clara a qual não soube identificar por falta de óculos fez o mesmo
"O amor é um cão dos diabos".

Nossos olhos voltaram a se encarar:
-Seu marido não te satisfaz, não é?
-Ninguém de fato te ama, não é?

Voltamos a nossas leituras...